Cuba sem discursos (publicada há alguns anos, mas ainda atual).
Nosso correspondente foi à Havana em busca das sensações resultantes da renúncia de Fidel Castro e lamenta informar que, dessa vez, sua viagem foi um fracasso.
“Vim em busca das reações populares que always happens em situações como essas. Queria ver se encontrava desolação ou esperança, alívio ou desamparo, euforia ou desespero. Unfortunately, my friends, não senti nada. In fact, most of the cubans agiam como se nada tivesse acontecido.
Para o bem ou para o mal, Fidel continua tão presente na ilha quanto o mar do Caribe e quase todos com quem eu conversei acham que a possibilidade de ocorrerem boas ou más mudanças em Cuba mais remota do que a chance de uma nevasca obstruir El Malecón.
Aos amigos que me perguntaram, posso assegurar que ainda não é a hora de abrir uma loja de tintas e vernizes na capital. Os prédios seguem charmosamente descascados, com suas vísceras expostas. Continua-se ouvindo rumbas, mambos, guajiras, songos e guaguancós, que emanam das janelas com uma vibração convenientemente apolítica. It’s a lovely island, indeed.
O único ruido que, aparentemente, fará falta à população será o da voz de El Comandante. As you know, fellows, Raul, o novo presidente, é quase um mudo se comparado ao seu prolixo irmão.
Nas últimas cinco décadas, perhaps por falta de melhores opções no rádio e na televisão, duas gerações de cubanos acostumaram-se aos discursos de Fidel. Em cada uma de suas aparições públicas, o velho revolucionário de Sierra Maestra dirigia breves palavras às platéias. Quando estava apressado ou não tinha novidades, resolvia o assunto em pouco mais de três horas de perorações.
Usually, however, Castro tinha muito mais a dizer. My old friend Celso B. H. D’Issa, um jornalista especializado em temas científicos contou-me, certa feita, que foi à Havana acompanhar a inauguração de um Hospital para o tratamento do Vitiligo, especialidade em que a medicina cubana está muito avançada.
O episódio, if I remember, ocorreu há mais de três décadas. Celso e outros convidados foram instalados em um pequeno auditório da casa de saúde quando Fidel pôs-se a discursar. Just a few minutes later, Celso foi acometido de cólicas oriundas de uma duvidosa galinha apimentada ingerida na véspera. Às cólicas seguiram-se calafrios… well, you know what I mean. Vendo-se impossibilitado de deixar o ambiente sem ser notado, the poor journalist viveu os mais atormentados momentos de sua vida, pressionado, por um lado, pelas forças de sua própria natureza e, por outro, pelo receio de ser enviado ao paredón.
Uma hora mais tarde, quando Fidel encerrava o prólogo de seu discurso, Celso teve um gesto de heroismo: agachou-se e saiu rastejando entre as cadeiras. Livre, porém no limite de suas forças, perguntou, enfim, por um banheiro. Foi quando soube — oh, my God! — que the toilets só seriam inaugurados um mês mais tarde.
O episódio, fellows, teve duas conseqüências: a segunda foi que o humilhado jornalista jurou não mais voltar à Cuba enquanto Fidel estivesse no poder. Well, Celso: come on; it’s time to come back!
Fonte: Facebook
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