Esquerda e direita representam os dois lados do
observador a partir do centro. Portanto, se manter entre os dois extremos é alcançar
o ponto de equilíbrio, certo? Tanto que a frase “O equilíbrio está no caminho
do meio” é atribuída a Sidartha Gaumata, o primeiro Buda... Porém, politicamente falando, muitos
acreditam que é ficar “em cima do muro”, sem se comprometer...
Mas a verdade é que até na política os
posicionamentos extremos, ideologicamente falando, causam transtornos tanto para
dominantes como para dominados... A História confirma isso, em todas as épocas
e nos cinco continentes.
Associamos o lado direito do cérebro com
o pensamento racional, prático, objetivo, e o lado direito, à criatividade, à
expressão humana, aos sentimentos e às emoções, e, em síntese, ao coração. Culturalmente,
os canhotos durante muito tempo foram discriminados por usarem
preferencialmente seu lado esquerdo, apesar de terem, assim como os destros, o
comando dos movimentos mais hábeis do lado esquerdo do cérebro.
E é justamente pelo fato do lado esquerdo
representar o coração que os noivos passaram a usar a aliança de casamento na
mão esquerda... Registros
históricos apontam que, por volta de 2800 a.C., os antigos egípcios já usavam
um anel para simbolizar o laço matrimonial. Entendiam que um círculo, sem
começo nem fim, representava a eternidade da união.
Cerca de dois mil anos
depois, os mesmos gregos descobriram o magnetismo, o que acabou influindo
também nessa simbologia, por acreditarem
que o terceiro dedo da mão esquerda possuía uma veia que levava diretamente ao
coração. Assim, passaram a usar um anel de ferro imantado, para que “os
corações dos amantes permanecessem para sempre atraídos um pelo outro”...
Controvérsias à parte, a mesma analogia
serve para o costume ancestral de brindar com a mão esquerda. O que pode
parecer uma prática incomum para a maioria, mas que é habitual para alguns
povos antigos. Aliás, só recentemente soube que levantar uma taça com a mão
esquerda faz parte da tradição judaica.
Foi uma surpresa levantar uma taça de
vinho com a mão esquerda. Senti uma sensação estranha, uma espécie de
excitação, quase infantil, como se estivesse transgredindo algo que eu não
sabia definir... A explicação que recebi é que entre os judeus, brindar com a
mão esquerda é para equilibrar, como se fossem dois pesos em uma mesma
balança...
Pensando bem, hoje é sábado! Esse pode
ser um bom motivo para se brindar com a mão esquerda, ou não? Aí é com você...
Sônia Pillon é jornalista e escritora, nascida em Porto Alegre (RS) e desde 1996 radicada em Jaraguá do Sul (SC).
Fonte: nanquin.blogspot.com.br
Fonte: nanquin.blogspot.com.br
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