terça-feira, 16 de novembro de 2021

ROMANCE FORENSE

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Charge de Gerson Kauer

Silvio Santos e o juiz

O colunista escreve este Romance Forense desde Celebration - uma espécie de nova cidade-modelo integrada ao complexo Disney (mas sem Mickey e Minnie) - na Florida (EUA).

Orlando está entre os destinos mais procurados pelos brasileiros em busca dos parques temáticos e ainda - mesmo com o dólar a R$ 2,40 - atrás de pechinchas dos outlets.

Nos últimos tempos, pequenos grupos de visitantes do Brasil loucos por televisão descobriram um novo cartão-postal. Muitos deles, quando passam por um condomínio residencial próximo ao centro de Celebration, não se contêm. Entram na área e se dirigem a um imóvel de dois andares, estilo vitoriano e fachada branca, para se fotografarem com a casa ao fundo.

O proprietário do imóvel é uma das personalidades mais ricas e conhecidas do Brasil. Há onze anos, Silvio Santos adquiriu a residência de cinco dormitórios, que vale cerca de 1 milhão de dólares — imóvel modesto se levada em conta sua fortuna de 1,3 bilhão de dólares, segundo a revista Forbes. 

Desde 2003, Silvio voa para Orlando (em classe executiva; nega-se a pagar passagens em primeira classe) e dali se desloca para Celebration, nas férias, todos finais de ano. Em geral, permanece ali por dois meses. Também escapa para lá sempre que é possível.

Uma das histórias que melhor ilustram o perfil ultraeconômico de Silvio remonta a uma viagem, anos atrás. Ele se distraiu ao volante e passou um sinal vermelho. Um policial disparou ao seu encalço e lhe aplicou uma multa de 25 dólares.

- Não tenho dinheiro para pagar - disse Silvio, que foi então levado para uma delegacia.

O delegado não estava para conversa e foi objetivo:

- Ou paga, ou vai passar a noite na cadeia.

Feito o pagamento, Silvio foi informado pela escrivã de que seria possível entrar com um recurso judicial bem simples e rápido, sem necessidade de contratar advogado.

No dia seguinte, Silvio estava na frente do juiz, que lhe perguntou se era culpado ou inocente.

- I don’t speak English - disse, falando quase a verdade (ele domina apenas o básico do idioma inglês).

O magistrado não engoliu a desculpa de Silvio, de que se confundira com os semáforos, e passou-lhe uma descompostura:

- Não precisa falar inglês, para saber que um sinal vermelho no trânsito significa, aqui, a mesma coisa do que no Brasil, ou na China.

Ao final, de tanto reclamar ao "judge" que o prejuízo abalaria suas finanças, Silvio viu seu recurso ser provido na hora, recebendo de volta da Fazenda Estadual da Flórida, 10 dólares.

Assim, a tal da multa ficou por 15 dólares. A história é contada em detalhes por vários gerentes de hotéis de Celebration. E é pura verdade!.

Fonte:^www.espacovital.com.br

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