Charge de Gerson Kauer |
O cachorro da juíza
Apesar de algumas rusgas que mantinha com a Advocacia em geral, a juíza tinha um bom sentimento para com os animais.
Por isso - quando ia ao foro - ela não costumava deixar seu cãozinho
de estimação confinado em casa. E, assim, levava o animal para a
repartição forense.
"Taquariinha" - um vira-latas, assim chamado por sua magreza - se instalava ora no gabinete da magistrada, ora na sala de audiências.
E nesses locais - para desconforto de advogados, partes e servidores -
era indefectível que, às vezes, se desapertasse de suas necessidades
básicas, mirando soleiras das portas, pés de cadeiras e de mesas e,
evidentemente, as convidativas pilhas de processos que ficavam no chão.
Quando isso acontecia, a faxineira forense era chamada para a limpeza. Até que, um dia - cansando - ela estrilou:
- Doutora, eu não sou paga para limpar xixi e cocô de cachorro particular...
Sem demora, o fato chegou ao conhecimento da Corregedoria e, por tabela, da associação de classe.
Par evitar novos embrulhos, a magistrada foi aconselhada a manter o bicho em casa.
Agora, o cãozinho da juíza mira em objetos residenciais e - nos
passeios noturnos e dos fins-de-semana - faz pipi nos principais postes
da comarca.
Fonte: www.espacovital.com.br
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