Charge de Gerson Kauer |
BOIANDO NO SALÃO DO JÚRI
Por Ronaldo Sindermann, advogado (OAB/RS nº 62.408)
O advogado criminalista, em sua sustentação oral, tenta tocar na sensibilidade do júri, ao concluir sua defesa.
- O réu, senhores jurados, é um homem simples e honrado servente
de obras. Tive a oportunidade na última enchente em Porto Alegre de
visitar a sua humilde casa no bairro Sarandi, onde boiavam no chão
alagado, as suas ferramentas de seu trabalho. Vi boiando a talhadeira, a
marreta, a pá e a enxada deste pobre trabalhador.
Não se contem o vigilante promotor de justiça. Violando a regra do tribunal do júri aparteia a palavra da defesa.
- Isso é uma verdadeira tolice. Desde quando talhadeira, marreta, pá e enxada boiam?
Vem, então, a resposta do incansável causídico.
- Quanta ignorância do nobre operador jurídico! Ele esqueceu que até transatlântico, que é infinitamente mais pesado, boia!...
Fonte: www.espacovital.com.br
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