A "sanguinária" briga de dois amigos pela mesma mulher
Charge de Gerson Kauer |
Dois amigos se desentendem ao conversar sobre o que tinha acontecido na festa onde haviam estado à noite.
Um deles, suspeitando que o outro assediara a sua namorada, oferece uma carona e, na volta para casa, inicia a discussão dentro do carro.
Questionamentos pra cá, ironias pra lá, a razão os abandona e então resolvem o impasse à força. Nada grave: resultam apenas manchas roxas decorrentes de socos de punhos de amigos.
Contudo, muito magoado, aquele que fora acusado de cobiçar a mulher do outro vira inimigo e registra ocorrência policial.
Feito o exame de corpo-de-delito, apenas lesões leves são confirmadas. Na semana seguinte, uma ação penal privada é ajuizada.
Na audiência de instrução, o autor comparece sem testemunhas - afinal, a briga não fora presenciada por ninguém.
Encerrada a instrução, a sentença em apenas uma linha, com curiosíssima afirmação, assim resume a lide: "Amigos até na hora de brigar por mulher, autor e réu lutaram como dois sanguinários.”
Quem leu, observa que o juiz sequer se deu conta do laudo médico. Outros, que a sentença (de improcedência) fora de um acerto brilhante, inclusive quanto à língua portuguesa.
Efetivamente, como lê-la? Lutaram como dois sanguinários, fazendo de conta, ou lutaram como dois sanguinários, com real ferocidade?
O estagiário e o assessor do gabinete tiveram que dar muitas explicações...
Fonte: www.espacovital.com.br
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