A longa história dos livros de viagem
Mr. Miles: qual foi o primeiro guia de viagem publicado e quais os guias que o senhor costuma levar em sua bagagem?Eugênio Mistakis, por email
Well, my dear, tenho uma informação curiosa para lhe fornecer. Os primeiros guias de viagem são muito anteriores aos primeiros guias de viagem. Não: I'm not crazy. É verdade inquestionável que inúmeros relatos existentes desde priscas eras já serviam para orientar e inspirar viajantes, mesmo que esses últimos ainda não fossem, de fato, turistas.
Pelo que modestamente conheço, os precursores dos guias que hoje existem em fartura foram os périplos, que vêm a ser relatos sobre navegação em torno de uma costa qualquer. O mais antigo mencionado chama-se Périplo pelo Mar da Eritréia , escrito por volta do primeiro século da Era Cristã. Unfortunately, o nome de seu autor perdeu-se na neblina dos tempos, mas não a sua profissão. Ele era, probably, o capitão de uma embarcação, descrevendo em minúcias os detalhes do litoral que beirava — praias, penínsulas, costões etc — e a distância aproximada entre um porto e outro.
Esses guias eram, indeed, muito úteis para futuros navegadores, mas, of course, não mencionavam atrações turísticas, restaurantes ou baladas — todas essas coisas inventadas much later. Muito mais tarde surgiram os livros descritivos, esses sim já mais parecidos com os atuais. Ainda não tinham, however, informações de ordem prática mas neles já existia o germe do sonho de conhecer outros lugares, tarefa ainda muito difícil naqueles idos.
Anyway, informo-lhe, com orgulho, que foram meus compatriotas britânicos os precursores do guia moderno. Em 1824, Mariana Starke escreveu um guia de viagem sobre a França e a Itália voltado para leitores inglêses.
Acreditando — e com razão —, que seu livro poderia ser usado por famílias ou grupos de turistas, ela decidiu incluir as necessárias informações práticas, incluindo recomendações sobre hotéis e restaurantes econômicos, instruções sobre a burocracia da viagem e tudo o mais.
Mariana foi seguida por John Murray, outro cidadão britânico que, ele sim, começou a criar uma série de guias de várias regiões da Europa, os chamados Murray's Handbooks for Travellers. Mas não posso deixar de mencionar que, ao mesmo tempo, o viajante alemão Karl Baedeker, decidiu lançar sua própria linha de guias. Ambos chegaram a trabalhar juntos por algum tempo, entretanto, as usual, acabaram rompendo por desentendimentos comerciais.
Quanto a mim, dear friend, quase não uso guias nowadays — pelo simples fato de tê-los usado atentamente no passado. Besides, como sempre vou à casa de amigos, afilhados e compadres, mantenho-me atualizado sobre novos points do destino. Algumas vezes, confesso, levo minhas próprias anotações — tenho um baú repleto de cadernetas em minha casa —, com a finalidade de lembrar de emoções que senti quando estive previamente na cidade e, of course, de colocá-las à prova.
Prefiro sempre levar comigo um bom romance de autor local (esses são os guias das sensações) e, em alguns casos, um dicionário, caso tenha dificuldades com o idioma local, como tenho, I'm afraid, com o vosso português. De qualquer forma, acho que estou fazendo progressos. Don't you agree?
Fonte: Mr. Miles - Facebook
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