O estranho nome do pobre homem
O homem comete uma tentativa de homicídio contra a própria companheira - em quem havia desferido dois tiros, um (de raspão) na cabeça e outro num dos olhos dela. A vítima fica parcialmente cega.
O homem é condenado no júri e fica preso por algum tempo. Sai beneficiado pelo bom comportamento e pelo cumprimento de um sexto da pena.
Solto ele, os dois companheiros (o agressor e a vítima) oficializam a união. Casam e vêm a ter uma filha, com atuais 18 anos. Na realidade, os dois nunca haviam se separado. Mesmo quando ele estava preso, a mulher o visitava na cadeia, inclusive com direito a visitas íntimas.
Anos mais tarde o homem morre e a mulher vai à Justiça Federal buscar pensão por morte, alegando que, ao falecer, o marido trabalhava como bóia-fria na região oeste de um dos Estados do sul. Audiência designada, depondo ela relata sua triste estória de amor:
- "Meu marido bebia muito e ficava agressivo. Teve uma discussão comigo e disparou dois tiros; um acertou meu olho esquerdo, me tirando a visão. O outro tiro acertou de leve na minha cabeça".
O juiz se comove e enquanto folheia documentos do processo pede, distraidamente, uma informação que já estava nos autos do processo.
- Como era o nome de seu esposo?
- Delito - responde a depoente.
Franzindo a testa, o magistrado procura consolar:
- Não, minha senhora, eu sei que o seu esposo cometeu um delito, mas isso não nos interessa mais, porque ele já pagou sua pena à sociedade. O que pergunto é como se chamava seu finado esposo.
- Delito Diomedes Fianco de Araújo era o nome dele - responde a viúva, já então tirando da bolsa surrada, a identidade do marido, logo colocada sobre a mesa do magistrado.
Ele se surpreende, interrompe o depoimento e vai direto à imprescindível leitura das principais peças dos autos. Então constata que o "de cujus" efetivamente se chamava Delito, havia cumprido pena por tentativa de homicídio contra a própria mulher etc. Em seguida, comenta interrogativo, de modo a surpreender advogados, promotor e escrevente:
- Será que o nome Delito definiu o destino deste pobre homem, que veio a falecer bêbado, dentro de um velho automóvel, em acidente de trânsito, após várias passagens pela polícia?
O advogado da viúva não perde a oportunidade para arremedar:
- Talvez, doutor juiz. Mas o inegável é que a minha cliente manteve, com ele, um amor à prova de balas.
Fonte: www.espacovital.com.br
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