terça-feira, 20 de julho de 2021

ROMANCE FORENSE

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Charge de Gerson Kauer

Dano moral à moda gaúcha...

O feriado de 20 de Setembro evoca a lembrança de um caso envolvendo conhecidos publicitários porto-alegrenses, quando - anos atrás - aqui aportaram os diretores de uma multinacional do tabaco para escolher as agências que cuidariam da conta publicitária.

Numa primeira rodada, os estrangeiros foram recepcionados pela ARP - Associação Riograndense de Propaganda, numa sexta-feira, casa cheia, no Museu de Artes do RS.

No meio do ágape, o presidente da ARP chamou os dirigentes da multinacional a um canto e segredou que, sem protocolos, seria feito para eles um churrasco típico no Country Club no dia seguinte, sábado. Importante: só compareceriam os grandões, os donos das agências que estavam no páreo. O traje seria informal, admitidas bermudas.

Recado dado, o dirigente da ARP percebeu que um publicitário metido chegara de mansinho e ouvira o papo.

- Eu também vou! - disse o cara, todo pimpão.

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Constatando que fora furado o esquema do ´petit comité´ para o dia seguinte, o presidente da ARP chamou o penetra a um canto e detalhou o ágape do dia seguinte.

- O churrasco pros americanos será típico e todos tem que ir pilchados. Se levares tua patroa, ela terá que estar vestida de prenda. Levem uma bandeira do Rio Grande. Pra nos ajudar, cheguem com o carro tocando alto o Hino Rio-Grandense.

No sábado ao meio-dia, calor infernal, os americanos e os publicitários estavam de bermudas e camisas pólo, à vontade, quando ouviram a buzina de um carro e os primeiros acordes do hino gaúcho.

Viram, então, um casal pilchado, suando em bicas, sacudindo com muito esforço uma enorme bandeira do RS, presa num mastro de três metros. Em cima do carro, um aparelho de som tocando o hino. A gozação foi geral.

A história faz parte da coletânea "A Vida como Ela Foi", organizada pelo jornalista Fernando Albrecht, um autêntico bau vivo de histórias porto-alegrenses e gaúchas.

O que o atilado jornalista não contou - mas que foi comentado no meio jurídico - foi que, na segunda-feira imediata, o publicitário e a esposa procuraram um conceituado escritório de Advocacia porto-alegrense, dispostos a buscar "uma indenização por dano moral".

Foram aconselhados pelo experiente advogado a que desistissem da ideia.

Fonte: www.espacovital.com.br

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