Charge de Gerson Kauer |
O voyeur bem educado
Um homem de 37 anos foi detido por espiar a vizinha tomando banho.
Ele foi denunciado por fazer dois buracos na parede do banheiro da casa
de um casal vizinho, para espiar a mulher em seus momentos íntimos.
Uma
certa noite, a mulher - enquanto se banhava - constatou dois pequenos
buracos circulares nos rejuntes entre duas fileiras de azulejos e
percebeu dois globos oculares invasores, ativos e interessados. Então,
discretamente, ela terminou o banho e avisou o marido.
O fato
ocorreu em cidade no norte do Paraná. Para refrear novas investidas e
flagrar o invasor ocular, o dono da casa aconselhou-se com um oficial da
Polícia Militar e, orientado, ficou na espreita do vizinho suspeito nas
noites seguintes. Não demorou quando viu o voyeur pulando o muro baixo e
indo direto aos buracos na parede. Então ligou à PM.
O tarado foi detido por "importunação ofensiva ao pudor e danos ao patrimônio alheio e privado", segundo o inquérito.
No foro, designada audiência, iniciou-se o interrogatório.
- O senhor está sendo acusado de... - alongou-se o juiz nos detalhes pertinentes.
O réu defendeu-se, no depoimento, por meio de bem elaboradas frases:
- Meritíssimo,
três coisas. Primeiro, refuto o apelido de "tarado", de que fui tachado
pelos PMs, que me abordaram no flagrante preparado. Segundo, eu não
nego as espiadas pelas quais, em momentos de fraqueza espiritual,
admirei o belo alheio. Terceiro, eu não sou o autor dos furos. Eles já
existiam, talvez feitos por alguém que me precedeu em contravenções
semelhantes. Eu apenas aproveitei... O senhor, como magistrado, sabe
daquela história de que, às vezes, a ocasião faz o ladrão...
Depois de uma risada geral, o juiz atalhou o depoimento. E advertiu o réu de "que este é um ambiente sério, razão pela qual advirto-o para manter comportamento compatível com a dignidade da justiça". E logo houve a transação penal.
O acusado aceitou pagar uma cesta básica e se comprometeu, formalmente, a não incidir na mesma prática.
Por
questões de segurança, o dono da casa - e marido da bela trintona - já
havia mandado tapar os dois buracos com uma chapa de ferro.
Ainda assim, um mês depois o casal mudou-se de bairro, para escapar dos sussurros da vizinhança.
Fonte: www.espacovital.com.br
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