A busca inusitada
O
cidadão de boa aparência, mas trajar humilde, se apresenta no Serviço
de Assistência Jurídica da PUC, em Porto Alegre. Atendido por um dos
estagiários, ele revela - tímido - o motivo da sua busca por justiça: "Quero a apreensão da minha dentadura" - diz ele.
O uso da mão para proteger a fala revela o quão constrangido o homem está, por apresentar-se com a boca desdentada.
Ante
o olhar atônito do estagiário - que logo convoca dois colegas para que
conhecessem o caso - o visitante dá mais detalhes: ele havia abandonado a
mulher e ela - ninguém sabe como - tirou-lhe a dentadura e disse que só
a devolveria se ele voltasse para casa.
O prejudicado estivera,
na noite anterior, no plantão do Foro Central, onde lhe sugeriram que
procurasse a PUC, desde então já lhe acenando que a solução seria uma "ação de busca e apreensão", anotação que o homem, tinha feito cuidadosamente num papelucho que trazia no bolso.
Logo
chegam mais seis estagiários. Em seguida, o professor de Direito Civil é
chamado para ajudar no impasse: qual seria, mesmo, o tipo de ação a
exercer?
Por sugestão do mestre, o caso é passado para a assistente social. Esta, habilmente, na semana seguinte reconcilia o casal.
O cidadão volta para casa e, como recompensa, tem a dentadura de volta.
Fonte: www.espacovital.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário