Charge de Gerson Kauer |
"Dei porque quis!" ...
Funcionária de uma empresa de engenharia, a Regininha começou a namorar o Honófrio, seu superior hierárquico. Tiveram momentos felizes e, no contexto, aproveitaram para se fotografar intimamente. Mas o romance terminou e ele fez o que eticamente não devia: do acervo de uma centena de fotos íntimas, encaminhou aos colegas de empresa cópias de algumas poses dela, vestindo provocante lingerie.
Os e-mails tinham um recado final: "tenho outras"!...
Aborrecida, Regininha ajuizou ação trabalhista contra a empresa, para ver-se "reparada pelo dano moral perpetrado pelo superior hierárquico".
Audiência de instrução designada, o juiz do Trabalho tomou o depoimento da autora. Ela relatou:
- Nós fomos namorados, curtimos aquelas coisas normais de pessoas adultas, da nossa idade. Eu dei porque quis... E a gente fazia, na câmera dele, as fotos dos nossos momentos de intimidade. Mas quando terminamos, ele não devolveu as minhas...
* * * * *
A sentença dispôs que "se as fotografias foram colhidas fora do ambiente de trabalho, a empresa não deve ser responsabilizada, pois não possui ingerência sobre seus empregados, quando estes se dedicam às suas intimidades".
A Regininha não se conformou. No julgamento do recurso ordinário, o TRT dispôs que "se houve ato ilícito, a pretensão à reparação não deve ser apreciada por esta Justiça Especializada". E ficou a dica do relator: a Regininha pode avaliar - quem sabe... - uma ação cível, na Justiça Comum, contra o Honófrio pessoalmente.
Fora do acórdão, o revisor fez um comentário:
- Mas ela deu porque quis e se deixou fotografar porque estava gostando!...
Fonte: www.espacovital.com.br
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